segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ampulheta


Será que no instante em que meu coração
Mudar a batida você se aperceberá?
Aquele exato instante em que as órbitas celestes
Alterarem seu rumo e eu, errática,
Voltar a girar em torno de meu próprio eixo.
Será?
Que teus olhos sempre desatentos irão notar
Que já não podem contemplar as belezas das
Paisagens que me comovem?
Que teus ouvidos seletivos irão perceber
Que não te conto mais histórias de amor
Com finais felizes e príncipes
Teus velhos parecidos?
Que tuas vísceras irão sentir que não mais
Compartilho poemas que transtornaram minhas entranhas ?
Que teu corpo pressentirá que jamais conhecerá
A macia chama do meu, uma vez que os possíveis se
Desfizeram num infinito rosário de impossibilidades?
Será?
Pior cego é aquele que não sentiu.
Pior surdo é aquele que não viu.
Pior solidão é daquele que nunca amou.

E caiu o último grão da areia...








Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito doutora... Lindo.

beijos da Lili

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