sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mais uma de amor...

Hoje ouvi uma história de amor, com todos elementos que tem de ter uma história para ser uma história de amor. Nesta um homem de coração anestesiado, esbarra numa mulher num bar de uma cidade distante da dele. Acostumado a entrar e sair incólume destes encontros beija desavisadamente a jovem. Neste momento acontece o inesperado. Aquele não era um beijo qualquer. Provava um sabor novo e viciante. Ficou imediatamente dependente . E os deuses ajudaram, era uma noite de Lua cheia em que o sangue ferve e tudo pode acontecer.
Passearam pela cidade estranha. Depois de conhecer a moça tudo lhe parecia ter uma beleza que ainda não tinha percebido. Foram para um mirante e conversaram até o nascer do Sol. Separaram-se já saudosos, ansiando pelo momento de se encontrar de novo. Do que ele se lembra foram dias encantados. Tinha certeza absoluta de que foram feitos um para o outro.
Voltou para sua cidade e haja Skype, MSN, email, telefone, torpedo...Nada dava conta de tanto a dizer.Ele foi, ela veio e a paixão só fazia aumentar.
Até que um dia, e este dia sempre chega, ela se mostrou estranha, ou assim ele a sentiu. Não tinha mais aquele brilho nos olhos, nem a voracidade no corpo. Nosso rapaz começou a concordar com Freud que dizia que a situação em que estamos mais vulneráveis é quando estamos amando.
Toda alegria se esvaiu dando lugar ao medo, à suspeita e à incerteza. A imaginação preenchia as lacunas de resposta imediata.
Cada um cumpria seu papel com maestria. Ele confuso, ela ambígua. As línguas que tanto prazer lhes deram já não se compreendiam. O desespero foi chegando e se instalando sorrateiro.
Chegaram, enfim, à conversa final com todos os elogios costumeiros de quem quer se livrar da culpa de deixar o outro ali num desamparo visceral. " O problema sou eu!" Para ele isto era mais que fato, era sensação...O problema é que sem ela não conseguiria mais respirar. Seu amor como um vírus tinha se instalado em seus pulmões.
Não teve jeito. Nada a comoveu. Partiu, deixando terras devastadas atrás de si.
Ele apesar de desolado, não morreu de tuberculose ou coisa assim. Passa dias rememorando cada palavra, gesto, olhar, beijo, transa, e por vezes, recusa, distância, ferida e dor.
Parece, entretanto, que não se arrepende de absolutamente nada. Faria tudo de novo. E fará.

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