domingo, 30 de janeiro de 2011

Sobre lagartas e borboletas


Há tempos tenho sido visitada por lagartas...ou seja presto atenção nelas quando caminho pelas ruas. Por vezes já estão esmagada por pés desavisados e nunca chegarão a seu destino, outras correm pelas calçadas em busca de um esconderijo tranquilo.
Sempre me incomodo com aquelas que ficaram no caminho...pena...
Hoje vinha pela Higienópolis quando percebi um bando desviando de algo no chão e lá ia ela, maravilhosa na direção de um lugar melhor. Resolvi esperar e protegê-la à distância para impedir que algum pé a amassasse. Que nada ela resolveu que viria para mim e não quis seguir em frente.
Como eu não tinha nada para retirá-la da calçada desisti e continuei meu caminho pedindo às deusas das lagartas que a protegessem.
Antes porém uma borboleta amarela havia roçado por mim...Sempre as encontro num mesmo dia...duas faces da mesma existência. De borboleta todo mundo gosta, pelo menos em tese. Proteger a lagarta, acreditar em seu destino miraculoso é outra coisa. Ser psicoterapeuta traz um pouco disto.Temos que honrar todas nossas fases de desenvolvimento. Não é nada fácil se arrastar pelo chão sem saber ainda que um dia poderá ter asas..
Entretanto sem lagartas e sem o interminável tempo do casulo nunca se chega à beleza etérea da borboleta.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tributo à minha velha Professora de História

Hoje do nada me lembrei de minha professora de História da quinta à oitava séries.
Creio que se chamava Leonildes. Incrivelmente não tenho certeza do nome.
Durante anos, graças a ela, pensava que não gostava de História . Leo acreditava que para aprender a matéria era preciso saber desenhar em cadernos impecáveis tudo o que aprendíamos. Eu, que não consigo nem fazer um gato direito, sofria horrores e meus cadernos não eram exemplo pra ninguém. Não sei como tirei sempre notas altas pelas provas.
Isto só vinha confirmar a aversão que sentia pelas Humanas. Subjetividade não era critério confiável para correção das provas. Amava mesmo era Matemática de meu querido Prof. José Márcio Arid e Química. Se eu soubesse resolver os problemas ninguém poderia abaixar minha nota se não fosse com a minha cara.
Meu futuro estava decididíssimo: faria Engenharia Química!!! Como fui para na Psicologia? Em parte graças ao Caetano de Campos e à Eneida, que numa aula só me fez desistir da Matemática.
Um dos grandes prazeres que exercícios complicados podem proporcionar é depois de muito trabalho se chegar à solução. Ela nos tirou isto ao dar uma série de exercícios de trigonometria sem solução possível. Só pra desanimar. Eu, com quinze anos e um mundo a explorar, abandonei de vez o desejo de seguir qualquer caminho mais exato.
Muitas águas rolaram e a velha curiosidade de entender a cabeça da pessoas, pura presunção, me levou ao curso onde durante duas horas o professor discorria sobre o assunto tal e nas próximas duas destruía tudo o que havia postulado. Descobri que gostava de pensar perigosamente...
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