terça-feira, 1 de maio de 2012

Oficina de dizer Poesia

Esta semana terei mais uma vez o privilégio de aprender poesia com Elisa Lucinda e Geovana Pires. Mergulhar nas palavras de nossos amados poetas, me perder na beleza ou crueza das imagens desveladas nos versos. Esta oficina também traz novos amigos, personagens que ,como eu, amam aventurar-se por este universo que é o poema. Lembro-me de um querido que escolheu este Pessoa e trabalhou incessantemente para conseguir dizer o poema com leveza e desenvoltura. Árdua missão de decorar e falar com sensibilidade.Comovente resultado... Dá-lhe sublime Pessoa:




Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.

Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

Fernando Pessoa

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