quarta-feira, 28 de março de 2012

Sobre a responsabilidade do amor

Há tempos venho pensando na tão famosa afirmação retirada do não menos conhecido " O Pequeno Príncipe":
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Interessante esta ideia de amor como conquista e cativeiro. Boa coisa não poderá dar... Cativar é escravizar o que implica exercer poder. Esta é a maior confusão que se pode fazer. Eu me interesso por alguém, decido conquistá-lo e uma vez alcançando esta meta, prendo o pobre numa dependência sem desejos ou vontades a não ser de me servir fielmente.Sou responsável pelos sentimentos de outra pessoa que não eu mesma. E chamo tudo isto de amor?!! Fantasia de onipotência desenfreada.
Amor não se conquista, não é território. Amor se ama e se, amado também,  se transborda e se cuida. Sujeitos deste amor podemos,apenas, nos responsabilizar pelo que sentimos nós. O outro e o que ele sente é de responsabilidade dele. Não provoco amor no ser amado, ele sente por vontade própria. Posso perder a fantasia de conquistar, dominar e cativar. Perco também a ilusória segurança do cativeiro em que prendi o amante. Ganho, em contrapartida, a possibilidade de um amor que vive da liberdade e dela se alimenta...Sem garantias, nem travas de segurança, mas eterno enquanto dure.

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