domingo, 30 de janeiro de 2011

Sobre lagartas e borboletas


Há tempos tenho sido visitada por lagartas...ou seja presto atenção nelas quando caminho pelas ruas. Por vezes já estão esmagada por pés desavisados e nunca chegarão a seu destino, outras correm pelas calçadas em busca de um esconderijo tranquilo.
Sempre me incomodo com aquelas que ficaram no caminho...pena...
Hoje vinha pela Higienópolis quando percebi um bando desviando de algo no chão e lá ia ela, maravilhosa na direção de um lugar melhor. Resolvi esperar e protegê-la à distância para impedir que algum pé a amassasse. Que nada ela resolveu que viria para mim e não quis seguir em frente.
Como eu não tinha nada para retirá-la da calçada desisti e continuei meu caminho pedindo às deusas das lagartas que a protegessem.
Antes porém uma borboleta amarela havia roçado por mim...Sempre as encontro num mesmo dia...duas faces da mesma existência. De borboleta todo mundo gosta, pelo menos em tese. Proteger a lagarta, acreditar em seu destino miraculoso é outra coisa. Ser psicoterapeuta traz um pouco disto.Temos que honrar todas nossas fases de desenvolvimento. Não é nada fácil se arrastar pelo chão sem saber ainda que um dia poderá ter asas..
Entretanto sem lagartas e sem o interminável tempo do casulo nunca se chega à beleza etérea da borboleta.

Um comentário:

Mila disse...

E, como é difícil respeitar nossos processos internos num mundo sem tempo para eles, onde se espera apenas um "turn on" e "turn off" das nossas mais preciosas emoções...

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