quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sobre Deusas


"As imagens do mito são reflexos das potencialidades espirituais de cada um de nós. Ao contemplá-las, evocamos os seus poderes em nossas próprias vidas". Joseph Campbell

Desde muito pequena tenho uma fascinação respeitosa pelos mitos, talvez por ter sido criada dentro de um sistema de crenças altamente simbólico(apesar de seus representantes o apresentarem como verdade última). Os primeiros deuses que conheci, para além do meu grande Pai, foram os gregos que povoaram minha infância com suas intrigas e disputas.
Posteriormente descobri que existem tantas mitologias, cosmogonias e compreensões de mundo que, baseadas na múltiplas experiências dos diferentes povos, podem ampliar nossa visão da existência. Encantei-me pelas representações femininas do Sagrado. As primeiras imagens do Divino foram pequenas esculturas de uma deusa ancestral com seios enormes e um grande ventre de onde provém toda a vida.
Sendo, segundo Campbell, os mitos baseados nos eventos e nas energias no próprio corpo, a observação simples de uma gestação e parto, deu origem à visão de que o feminino é o gerador da vida e portanto a divindade maior para estes povos seria a grande Mãe, venerada por muitas culturas na antiga Mesopotâmia, no Egito e por vários povos agrícolas. Ao mesmo tempo que cria a vida, seu próprio corpo passa a ser o Universo. Tudo se move dentro dela. Não há separação, palavra intrínseca a um regime patriarcal.
São muitas Deusas e muitas manifestações deste Sagrado feminino. Podem trazer à superfície aspectos sombrios e necessários, como Hécate, Kali e outras madonas negras, podem nos lembrar de características guerreiras como Sekhmet, Athená e Durga, ou ressaltar aspectos da compaixão como Ísis, Kuan Yin e Tara. Em qualquer de suas formas, ao nos chegarmos mais perto somos tocados por uma luminosidade diferente, por uma sensação de um retorno às origens, por uma revelação iminente de nossa própria Essência.
Que a grande Mãe sempre te visite!!!











Um comentário:

Lu Saharov disse...

Cássia, querida!
Tenho um grupo de mulheres, em Jacareí, que trabalha com o resgate do Sagrado Feminino, vivenciando, a cada ano, um arquétipo diverso da Grande Mãe. Já estamos juntas há seis anos e posso lhe afirmar por experiência própria, o quanto esse resgate nos fortalece!
Que a Grande Mãe esteja sempre contigo também!
Seu blog me proporciona muitas reflexões! Obrigada por isso!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...