O filme começa em preto e branco. Como é sem cor a vida das pessoas naquela árida aldeia perdida no nada. Uma comunidade estéril. A única criança ficou muda ao presenciar um suicídio. Dentro desta paisagem caminha Dolores, uma mulher profundamente apaixonada e devotada ao marido, que lhe abandona por ser ela boa demais. Generosa ao extremo, a todos ajuda : tira fotografias diárias de uma velha senhora presa ao leito, cuida da vaca de estimação de uma solteirona, conversa com carinho com a silenciosa criança. Sofre com a ausência do marido e busca respostas na igreja. O padre, entretanto, não consegue ajudá-la pois acaba por se irritar com tanta bondade e inocência.
A mulher resolve então que tem que descobrir uma forma de pecar. Quando ouve um marido traído chorar sua desilusão deita-se com ele para consolá-lo. Com seu novo nome, Lolita, passa a oferecer aos homens que por ali passam seu leito e compreensão. Esta entrega provoca grandes mudanças até que a cor e a vida retornem a fazer parte do cotidiano daquela aldeia.
Sensível e divertido, o filme subverte algumas certezas sobre piedade e ascetismo sexual. Aqui sexo pode até se tornar um portal para a "santidade".
3 comentários:
Uau! Cada história boa de se ouvir! Vou fazer força pra participar do encontro, em abril.
Acho esse filme um marco...
Sacerdotisas aos convidados reais...no antigo Egito..
cortesãs... gueixas... Dolores, para mim, é uma atualização na vida despojada e simples de um vilarejo desse mesmo incompreendido nobre papel...
Belo filme esse.
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