
sábado, 30 de abril de 2011
Camelos também choram

sexta-feira, 29 de abril de 2011
Confissão
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Como atravessar desertos...

Vindo desde as suas origens nas distantes montanhas e após passar por inúmeros acidentes de terrenos nas regiões campestres, um rio finalmente alcançou as areias do deserto. E do mesmo modo como vencera as outras barreiras o rio tentou atravessar esta de agora, mas se deu conta de que mal suas águas tocavam a areia nela desapareciam.
Estava convicto, no entanto, de que fazia parte de seu destino cruzar aquele deserto, embora não conseguisse fazê-lo. Então uma voz misteriosa, saída do próprio deserto arenoso, sussurrou:
- O vento cruza o deserto, o mesmo pode fazer o rio.
O rio objetou estar se arremessando contra as areias, sendo assim absorvido, enquanto o vento podia voar, conseguindo dessa maneira atravessar o deserto.
- Arrojando-se com violência como vem fazendo não conseguirá cruzá-lo. Assim desaparecerá ou se transformará num pântano. Deve permitir que o vento o conduza a seu destino.
- Mas como isso pode acontecer?
- Consentindo em ser absorvido pelo vento.
Tal sugestão não era aceitável para o rio. Afinal de contas, ele nunca fora absorvido até então. Não desejava perder a sua individualidade. Uma vez a tendo perdido, como se poderá saber se a recuperaria mais tarde?
- O vento desempenha essa função – disseram as areias. – Eleva a água, a conduz por sobre o deserto e depois a deixa cair. Caindo na forma de chuva, a água novamente se converte num rio.
- Como é que posso saber que isto é verdade?
- Pois assim é, e se não acredita não se tornará outra coisa senão um pântano, e ainda isto levaria muitos e muitos anos; e um pântano não é certamente a mesma coisa que um rio.
- Mas não posso continuar sendo o mesmo rio que sou agora?
- Você não pode, em caso algum, permanecer assim – retrucou a voz. – Sua parte essencial é transportada e forma um rio novamente. Você é chamado assim ainda hoje por não saber qual é a sua parte essencial.
Ao ouvir tais palavras, certos ecos começaram a ressoar nos pensamentos mais profundos do rio. Recordou vagamente um estágio em que ele, ou uma parte dele, não sabia qual, fora transportada nos braços do vento. Também se lembrou, ou lhe pareceu assim, de que era isso o que devia fazer, conquanto não fosse coisa mais natural.
Então o rio elevou seus vapores nos acolhedores braços do vento, que suave e facilmente o conduziu para o alto e para bem longe, deixando-o cair suavemente tão logo tinham alcançado o topo de uma montanha, milhas e milhas mais longe. E porque tivera suas dúvidas o rio pôde recordar e gravar com mais firmeza em sua mente os detalhes daquela sua experiência. E ponderou:
- Sim, agora conheço a minha verdadeira identidade.
O rio estava fazendo seu aprendizado, mas as areias sussurraram:
- Nós temos o conhecimento porque vemos essa operação ocorrer dia após dia, e porque nós, as areias, nos estendemos por todo o caminho que vai desde as margens do rio até a montanha.
E é por isso que se diz que o caminho pelo qual o Rio da Vida tem de seguir em sua travessia está escrito nas Areias.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
A trágica Medéia

terça-feira, 26 de abril de 2011
Vôo
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Ensina-nos a contar os nossos dias...

quarta-feira, 20 de abril de 2011
Quando piso em folhas secas...

terça-feira, 19 de abril de 2011
Origem
segunda-feira, 18 de abril de 2011
O que realmente importa...

domingo, 17 de abril de 2011
Acordando com Adélia

por Deus, pelo Diabo, ou por mim mesma,
- ainda não sei -
percebi que não morrera, após três dias,
ao rever pardais
e moitinhas de trevo.
Quando era jovem,
só estes passarinhos,
estas folhinhas bastavam
para eu cantar louvores,
dedicar óperas ao Rei.
Mas um cachorro batido
demora um pouco a latir,
a festejar seu dono
- ele, um bicho que não é gente -
tanto mais eu que posso perguntar
Por que razão me bates?
Por isso, apesar dos pardais e das reviçosas folhinhas
uma tênue sombra ainda cobre meu espírito.
Quem me feriu perdoe-me.
sábado, 16 de abril de 2011
Uma história bela e trágica

sexta-feira, 15 de abril de 2011
Revelação
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Arjuna e a Princesa Chitrangada

quarta-feira, 13 de abril de 2011
Hécate, a Senhora das Sombras

terça-feira, 12 de abril de 2011
Pedido à Afrodite
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Felicidade é...

domingo, 10 de abril de 2011
Clarice e uma sereia...

sábado, 9 de abril de 2011
Eternas repetições

sexta-feira, 8 de abril de 2011
"Meus olhos se viram no seu olhar"
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Fátima, a Fiandeira

quarta-feira, 6 de abril de 2011
Sobre Deusas

terça-feira, 5 de abril de 2011
Dedicatória num livro do Rubem Alves

Tu me dizes que os poetas falam de amores inexistentes.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Gratidão a um grande amigo

domingo, 3 de abril de 2011
Uma benção da Velha Senhora

sábado, 2 de abril de 2011
Sexo por Compaixão

sexta-feira, 1 de abril de 2011
Pausa para nossos comerciais

DIÁLOGOS FEMININOS