Ela, uma senhora não tão responsável, que como quase todas as mulheres mente a idade. Ele, um viúvo circunspecto e meio hipocondríaco, que venera a foto de sua esposa morta. Encontram-se em circunstâncias antagônicas. Ela havia batido no carro de sua filha e ameaçado o pequeno neto de morte se contasse o ocorrido. Com muito bom humor.
Assim começa um dos filmes mais tocantes que já vi. "Elsa e Fred - Um amor de Paixão". Numa idade em que esperamos que o amor não tenha lugar, em meio à doenças reais e imaginárias, nossa Elsa, intensa e atrevida, assedia o seu vizinho viúvo até que aos poucos ele se contagia pela vivacidade dela. Alfredo, um senhor tão correto, passa a ter atitudes estranhas aos olhos da filha e até aos seus próprios. A paixão vai chegando sorrateira e o ápice do filme é a viagem à Roma para reviverem as cenas da Fontana de Trevi entre Anita Ekberg, com que Elsa dizia parecer em sua juventude, e Marcello Mastroianni. Até um gato ele tem que conseguir para compor o cenário.
Belo e repassado de poesia, este filme sempre me lembra que deixar-se tocar pela vida e ser apaixonado por ela não necessariamente é coisa exclusiva para jovens...
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