Passearam pela cidade estranha. Depois de conhecer a moça tudo lhe parecia ter uma beleza que ainda não tinha percebido. Foram para um mirante e conversaram até o nascer do Sol. Separaram-se já saudosos, ansiando pelo momento de se encontrar de novo. Do que ele se lembra foram dias encantados. Tinha certeza absoluta de que foram feitos um para o outro.
Voltou para sua cidade e haja Skype, MSN, email, telefone, torpedo...Nada dava conta de tanto a dizer.Ele foi, ela veio e a paixão só fazia aumentar.
Até que um dia, e este dia sempre chega, ela se mostrou estranha, ou assim ele a sentiu. Não tinha mais aquele brilho nos olhos, nem a voracidade no corpo. Nosso rapaz começou a concordar com Freud que dizia que a situação em que estamos mais vulneráveis é quando estamos amando.
Toda alegria se esvaiu dando lugar ao medo, à suspeita e à incerteza. A imaginação preenchia as lacunas de resposta imediata.
Cada um cumpria seu papel com maestria. Ele confuso, ela ambígua. As línguas que tanto prazer lhes deram já não se compreendiam. O desespero foi chegando e se instalando sorrateiro.
Chegaram, enfim, à conversa final com todos os elogios costumeiros de quem quer se livrar da culpa de deixar o outro ali num desamparo visceral. " O problema sou eu!" Para ele isto era mais que fato, era sensação...O problema é que sem ela não conseguiria mais respirar. Seu amor como um vírus tinha se instalado em seus pulmões.
Não teve jeito. Nada a comoveu. Partiu, deixando terras devastadas atrás de si.
Ele apesar de desolado, não morreu de tuberculose ou coisa assim. Passa dias rememorando cada palavra, gesto, olhar, beijo, transa, e por vezes, recusa, distância, ferida e dor.
Parece, entretanto, que não se arrepende de absolutamente nada. Faria tudo de novo. E fará.
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