Troiana e princesa, Cassandra quando pequena adormeceu no Templo de Apolo. Serpentes a rodearam e passearam por seu corpo tocando também sua língua e ouvidos. Não seria mais apenas uma menina como as outras. Enxergava mais, ouvia e sabia muito. Cresceu e se tornou a segunda mulher mais bela do mundo, superada apenas por Helena, a que traria a desgraça à Troia. Devota de Apolo recebeu do deus o dom da profecia, mas também seu amor e desejo. Fez o impensável e recusou o assédio de Apolo que furioso a condenou a nunca ser ouvida e que ninguém acreditasse em suas profecias. Profetizou a guerra e a queda de sua amada e inexpugnável cidade. Avisou a todos sobre o perigo daquele cavalo que surgiu como presente nos portões de Troia. Por ninguém foi ouvida. Passou a ser considerada desequilibrada e louca. Perdida a guerra foi levada por Agamenon como concubina. Alguns dizem que fugiu e fundou uma grande cidade tendo muitos descendentes.
Certo é que como tantas mulheres sabia aquilo que havia de acontecer e buscava fazer-se considerada. Como muitas não foi ouvida e a catástrofe não foi evitada. Quantas de nós, Cassandras, experimentamos esta sensação em nossos dias?
Um comentário:
Nossa! Doeu!
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