Lobos são seres encantados, assim como os gatos muito mal falados. São símbolos da natureza selvagem e indomada dentro de nós. Há quem os ame por isso, há quem os odeie e queira destruir. Hoje encontrei esta história sufi num livro precioso que ganhei de alguém muito querido. História de ensinamento.
O Rei e o Lobo
Certo rei decidiu domesticar um lobo e transformá-lo em um cão dócil. Seu desejo baseava-se na ignorância e na ânsia de que os outros aprovassem e admirassem sua atitude, o que é causa frequente de muitos problemas neste mundo. Fez com que tirassem de uma loba um dos seus filhotes recém-nascidos, e que fosse criado entre cães domésticos.
Quando o filhote do lobo cresceu, foi levado diante do rei e durante vários dias se comportou exatamente como um cão.
As pessoas que viam esse fato assombroso ficavam maravilhadas e pensavam que o rei era extraordinário.
Agindo de acordo com essa crença, fizeram do rei seu conselheiro em todas as coisas e lhe atribuíam grandes poderes. O próprio rei acreditou que o que acontecera era quase um milagre. Um dia, quando estava caçando, o rei ouviu uma matilha de lobos que se aproximavam. Quando os animais chegaram mais perto, o lobo doméstico deu um salto, mostrou as presas e correu para lhes dar as boas vindas.
Em poucos segundos desapareceu, de volta aos seus companheiros naturais.
Esta história me lembra uma frase de meu grande amigo Thompson Loyola: "O dever de todo peixe é saltar do aquário!"
O Sufismo no Ocidente: preparação do buscador- Rio de Janeiro: Ed. Dervish, 1988
Nenhum comentário:
Postar um comentário