terça-feira, 14 de junho de 2011

Para meu personagem russo predileto


Era uma noite muito fria. Há dias eu vinha tendo contrações, ía para a maternidade e nada. O pequeno não queria sair do quentinho de jeito nenhum. Enfim, nesta gélida madrugada ele resolveu que chegara a hora e se chegara a hora deveria ser o mais rápido possível. Uma corrida louca até o Hospital, todos preocupados que nascesse no carro. Eu tentava acalmar minha tia, mas sabia que já estava nas últimas contrações. Na maternidade, uma balbúrdia de médicos agitados, macas e luzes. Foram apenas noventa minutos de trabalho de parto, nem tive como trocar de roupa e lé estava ele, olhinhos azuis brilhantes a me fitar. " Foi assim como ver o mar"...
Geminiano falante e apressadinho, cresceu criando mundos e teorias múltiplas. Certo dia, cansado de só falar línguas mais comuns resolveu que queria aprender algo diferente: russo. Assim fez. Virou praticamente um russo legítimo. Queria tocar bateria, não tinha uma, contruiu com Tuperwares de diferentes tamanhos, os tons e com listas telefônicas, os pedais. Em pouco tempo saía um som interessante. Até que ganhou uma de verdade e acabou com os ouvidos de todos no prédio com sua banda de Metal.
Um dia ainda pequeno, ia pela primeira vez dormir na casa de um amiguinho. Eu, mãe um tanto dramática, lhe disse: " Você vai me deixar aqui?" ao que ele respondeu do alto de seus cinco anos: "Mãe, eu vou mais eu volto e assim será a vida toda. Eu sempre volto porque sou seu filho". E assim ele fez e faz...

2 comentários:

Samira disse...

Desde pequenino ele foi meio filósofo..rs

Flávio disse...

Grande rapaz... quem dera um dia eu entender alguma coisa que ele posta no twitter...

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