"Eu quero o delírio.
Eu sou assim.
Não pretendo a integração, mas a abertura e a busca.
Encontrar pode ser impossível ou desinteressante.
Quero o pressentimento.
Quero comprimir a tecla do computador e explodir o ponto e
arquear o contorno, varando os limites que a vida há de preencher e
o sonho tornará possível.
Quero o delírio que me permita cumprir o cotidiano e amar o
amor necessário - mas que também faça as utopias virem sentar-se na
minha varanda e escrever no meu computador quando a razão estiver
Cansada, quando a técnica parecer frívola, ou quando eu estiver descrente."
Assim Lya Luft começa seu maravilhoso livro "Histórias do Tempo" . Fala da multiplicidade de seres que habitam nossos mundos interiores. Ambigidades, ambivalências, paradoxos e múltiplas possibilidades compõem nosso rico panorama interno. Lya divide didaticamente em duas personagens principais: Medésima e Altéria. Uma cuida das necessidades e urgências do cotidiano e a totalmente outra, como o nome aponta, transita pelos ares e cavernas de um insuspeitado e maravilhoso mundo de imagens, ora luminosas, ora sombrias. Alternam-se histórias dos encontros e desencontros, embates e delícias desta multiplicidade humana.
Gosto especialmente do capítulo sobre gente e anjos. Mas isto já é outra história...
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