Há tempos ela vinha ficando quieta, silenciosa, muda. Espreitava atenta os ruídos do pirata que habitava seu coração. Não saberia dizer quando lá ele se instalara, mas o certo é que causava trepidações em seu corpo e mudanças bruscas de temperatura. Depois de muito refletir resolveu que esperaria alguma comunicação, algum pedido de resgate. Nada. Aconteciam festins após festins; tesouros e despojos sendo tomados todos os dias. E o rum corria solto. Descontrolada e totalmente entregue não viu alternativa senão afundar o navio. Abriu vários buracos no casco enquanto o pirata dormia. Sentiu a água avançar barco acima.
Acordou falante e completamente curada da paixão insana. Nunca mais ouviu o mar...
Um comentário:
Lindo!
Parabéns!
Itamar
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