Na última sexta fui, como sempre, para Mogi das Cruzes de trem. Por motivos festivos saí de lá um tanto mais tarde do que o normal e portanto, cheguei na baldeação de Guaianazes numa hora de pico. As portas se abriram e um bando de pessoas querendo entrar no trem de qualquer maneira impediam a saída e quase me derrubaram com sua força de turba. Foi quando uma boa alma me avisou de que eu deveria sair pela primeira porta do vagão onde ficam guardas para organizar as coisas. Poderia eu dizer que são todos uns mal educados que não sabem se comportar com civilidade. Mas, olhando de perto, quem submetido diariamente a este tratamento de gado, num vagão tão apinhado de gente, em que se suspende todos os pudores de proximidade e espaço pessoal, consegue preservar sua integridade e humanidade? E quem realmente se preocupa com o bem estar destes trabalhadores? Com seu conforto então nem se fala. São pobres, não têm carro, não merecem regalias. Triste é saber que nada lhes é oferecido e depois se cobra que tenham consciência. Consciência que lhes é tirada cotidianamente para que aguentem e que se tivessem não sobraria pedra sobre pedra...
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